Contacto!
Termina esta sexta-feira a semana de estréia do novo programa das tardes da SIC, Contacto, substituto do "Ás duas por três".
O que é o Contacto?
É uma agradável surpresa.
Já se sabia que a nova direcção Penim iria renovar o aspecto geral da estação, mas muitos eram os receosos quando se começou a entender que mais do que mudar o aspecto, se pretendia mudar a genética.
E um dos grandes problemas (tal como o Herman SIC), era este, o horário da tarde, uma fasquia da programação preenchida por um público-alvo essencialmente feminino e acima dos 50 anos de idade...
Coisa séria, obra difícil.
E surgiu o aviso: a SIC iria apostar num programa com três rostos jovens, um ambiente moderno, fresco, renovado, em que se misturasse famosos com desconhecidos, o tradicional com novas tecnologias.
É lógico que muitos previram o fracasso e ainda a procissão não saíra.
Produtora escolhida? A mesma do programa anterior, a Comunicasom.
Rostos escolhidos? Rita Ferro Rodrigues, Nuno Graciano e Cláudia Semedo.
Fracasso? Nem por sombras.
Além de um programa fresco e genuínamente renovado (equipa vencedora que mostra que sabe), o Contacto traz consigo uma grande revelação: Rita Ferro Rodrigues.
Longe da postura rígida da SIC Notícias e completamente livre do tom "nariz-empinado-eu-é-que-sei" da SIC Mulher (que lhe trouxe alguns anti-corpos por parte de alguns espectadores, eu incluído), Rita Ferro Rodrigues leva o programa às costas como se de uma pluma se tratasse. Rápida, directa e extremamente perspicaz, a moça toma conta da sala como se fosse a de lá de casa. E o mais importante, fá-lo com carinho, doce e segura. Rita está no bom caminho porque é genuína, e isso em televisão é ouro: fala com o entrevistado e com a câmera, domina o espaço e deixa o programa brilhar, admite os erros e diverte-se com o que faz. Mostra que, afinal, sabe mesmo. Desconfio que temos nas mãos uma nova Júlia Pinheiro com aroma a Marília Gabriela e tempero de Oprah.
O resto do elenco está seguro mas em processo de adaptação nítido. Uma observação clara, ao fim destes primeiros 5 programas, é que há um espírito de evolução - a equipa parece verdadeiramente interessada no que faz e não se sente o cheiro a frete, como por vezes acontece nestas coisas.
Nota-se, por exemplo, que Nuno Graciano se está a esforçar por dar o seu melhor. Este é, no entanto, o seu maior problema: nota-se. O tipo tem talento e sabe mais do que aquilo, mas às vezes parece um músico perdido na partitura: ainda não encontrou o seu registo mas está lá perto, e tenho a certeza que vai encaixar como peixe na àgua. É certo que ainda não teve tempo de antena suficiente, e que lhe calha sempre a ele a mudança de tom e registo - e, acreditem, a tarefa do rapaz é mais difícil do que parece. Mas a coisa vai.
Finalmente, em exteriores temos Cláudia Semedo. Que dizer da Claudinha? Que vai ser a netinha de Portugal? Era injusto e de menos. A miúda é nova mas está à vontade e tem carisma, embora para já ainda precisasse de um pouco mais de speed nas suas intervenções... É que não basta ser querida, há que puxar um pouco o ritmo; (vamos lá relembrar o Êxtase)... Alguém lhe arranje um Guronsan... Mas não me entendam mal - a rapariga merece o seu lugar na equipa e não destoa, pelo contrário, acrescenta.
Contacto promete.
Esperemos que lhe dêem tempo para se firmar no panorama e mostrar o que vale.
Para já, depois de momentos como os que assistimos com Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Abrunhosa, os The Gift ou o miúdo sobredotado, parece que temos um grande programa, transversal, generalista e (coisa rara) interessante.
Esperemos que os deixem voar, crescer e arriscar mais.
A SIC merece.
ps: Ó Verdelho, queres fazer o favor de acabar com a música de elevador durante as conversas? Que tal menos Richard Clayderman e algo mais jazzy, mais fresco e pop, ahn?
4 comentários:
coisa mais rara ainda nas nossas TV generalistas é que o programa tem qualidade, e está muito bem feito.
Descobri este blog há pouco tempo e por acaso, quando procurava encontrar o blog da ComunicaSom. Sou um jovem e gostaria de trabalhar em televisão, quando crescesse. é verdade, o Contacto está um programa muito giro, um dos poucos do género que se faz em Portugal. Esperemos que melhorem! Ah, e concordo com o Carlos Moura em que o pianista Ricardo Verdelho deixe de tocar aquelas musiquinhas irritantes... Mais pop e jazz ficava mais giro!
Pena tenho que não sejas um dos pássaros deste voo colectivo...
concordo, o carlos moura devia ser o 4º apresentador deste programa!
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