Gritem
Acabo de encontrar a solução para todas as situações complicadas e aborrecidas da vida: gritar.
E não falo de argumentar em voz alta ou exprimir raciocínios através de frases coerentes ditas em volume elevado, não; falo em emitir o grunhido mais absurdo possível com as cordas vocais esticadas ao limite da possibilidade humana.
Já fiz uns testes e resulta, posso garantir.
Estão a ser mal-atendidos numa repartição pública? O tipo do banco insiste em não conceder o empréstimo? A empregada de balcão está lenta demais? Não argumentem. Gritem.
Façam uma breve pausa de concentração, respirem fundo, busquem forças ocultas no âmago das vossas entranhas, ergam o queixo e soltem o maior grito que alguma vez soltaram, nunca num período menor do que 15 segundos. De seguida, baixem novamente o queixo, exprimam um sorriso débil e prossigam em tom de voz baixo e tranquilo: "-Como eu estava então a dizer, creio que o senhor não me entendeu..."
Sempre que estiverem numa situação desfavorável, surpreendam o vosso interlocutor com o berro mais gutural à face da terra e retomem a conversa como se nada se tivesse passado. Além dos resultados prácticos, é um óptimo anti-stress.
E garanto que resulta.
Experimentem.
1 comentário:
E quantas vezes essa vontade me assalta! Não me parece, no entanto, que te lembres aqui da repartição de finanças local. Fizesse eu como dizes e arriscava-me a entrar na moda com um piercing na mão feito de material escolar, ou com uma tatuagem na testa com data e hora de expediente. Sigo o conselho, mas vou saltar ali o sorriso e acrescentar uma fugidela, boa?
Enviar um comentário