Terroristas no poder e o mundo a ver

Como se já não bastasse o cavalheiro que ocupa o lugar de Presidente do Irão (ver post anterior) e que se eu fosse um homem religioso diria que é um enviado de Satã, agora o planeta acaba de receber mais uma prenda: o Hamas conquistou a maioria absoluta nas legislativas palestinianas, elegendo 76 dos 132 deputados lá do sítio.
Boa.
Era só o que faltava.
Porquê?
Bem, façamos o exercício pedagógico habitual nestas coisas.
Comecemos por descobrir o que é o Hamas?
O Hamas, abreviatura de Harakat al-Muqawamah al-Islamiyyah, Movimento de Resistência Islâmico, ou se preferirem حركة المقاومة الاسلامية, é uma espécie de clube para imbecis barbudos que acreditam, entre outras coisas, que Israel deve ser apagado do mapa e que arrebentar com autocarros é um bom princípio para esse objectivo.
Ou seja, para o Hamas, isto é mais um dia no escritório:
Tudo bons rapazes, como se deduz, cujo mote é "Deus é o alvo (entenda-se Deus como a fé Israelita), o Profeta é o modelo, o Corão é a constituição: a Jihad é o caminho e a morte em nome de Deus é o maior dos Seus desejos."
De forma que são estes meninos de coro que alcançaram agora o poder.
A maioria dos países ocidentais já mostraram apreensão e Israel já disse que não reconhecerá nenhum governo com a presença do Hamas, o que desde já é uma promessa de que vai haver cacetada pela certa.
E o que me espanta é ainda haver pessoal a dizer "Esta é a escolha do povo, teremos que a aceitar, a Palestina é um país como qualquer outro."
Não, não é, perdoem-me os puristas.
Pessoalmente, acredito que o grau de civilização de um povo se mede por dois factores: a capacidade de separar Fé do Poder e a forma como tratam as mulheres.
Ou seja, estes gajos estão bem abaixo do que considero uma nação civilizada.

Opiniões à parte, uma coisa é certa.
2006 vai ser bem mais quente do que pensávamos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo plenamente. Agora é esperar para ver no que dá, e fazer figas para que, se 2006 tiver de ser quente, que pelo menos não chegue a ferver...

karmatoon disse...

Subscrevo inteiramente este teu post, bom amigo.
Mas...
sabes desta minha paranóia com as duas faces duma mesma moeda, não sabes?

Pensa nisto:
Qual seria a nossa reacção, enquanto povo português, quando, perante um possivel cenário de invasão do nosso território por parte de nuestros hermanos, nos apercebessemos de que a comunidade internacional não iria mover uma palha para nos ajudar? Por quanto tempo conseguiríamos manter a calma e a fé nas conversações civilizadas?

Porque é que usamos o mesmo dedo da mesma mão com que nos apressamos a condenar o povo da Palestina para pegar em panos brancos e implorar à ONU e aos Estados Unidos que intervenham em Timor e restitua ao povo local a liberdade que merece?

Porque é que a mesma comunidade internacional que interveio - e ainda bem que o fez - quando o Kowait, um estado soberano e independente, foi invadido pelo Iraque se recusa a «fazer» com que Israel abandone os territórios ilegalmente ocupados? Tão ilegalmente ocupados que a própria ONU, aquando dessa ocupação, se apressou a emitir um comunicado que obrigava Israel a retirar-se imediatamente dos ditos territórios?

Porque é que ninguém se pergunta a origem dos termos «territórios ocupados» e «colonatos»?

Não, não defendo de modo algum o terrorismo e a morte de inocentes, militares ou civís... não conscientemente, pelo menos.
Contudo, não sei, e espero nunca vir a saber, o que é viver com um estranho que à custa da força, da opressão e da violência, mora em minha casa, dizendo que é mais dele do que minha.

E sinceramente?
Não sei se não pegava numa pedra e se não tentava fazer com que ele de lá saísse, usando a mesma força que ele tinha usado para lá entrar.

Quanto às eleições? Caro amigo, por muito chocante que isso possa ser, são os resultados mais primários da democracia. Qualquer um pode ganhar uma eleição. Qualquer um!
Não será mais lógico preocuparmo-nos com as razões que levam à vitória de um partido-terrorista, seja lá em que nação for? Não será melhor tentarmos conhecer, analisar e compreender quais foram as razões - porque elas existem - que levaram a que isso acontecesse?