1989, tão actual...
Deixa-me rir
Essa história não é tua
Falas da festa, do Sol e do prazer
Mas nunca aceitaste o convite
Tens medo de te dar
E não é teu o que queres vender
Deixa-me rir
Tu nunca lambeste uma lágrima
Desconheces os cambiantes do seu sabor
Nunca seguiste a sua pista
Do regaço à nascente
Não me venhas falar de amor
Pois é , pois é
Há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor
O que vai dizer Segunda-Feira
Deixa-me rir
Tu nunca auscultaste esse engenho
De que que falas com tanto apreço
Esse curioso alambique
Onde são destilados
Noite e dia o choro e o riso
Deixa-me rir
Ou então deixa-me entrar em ti
Ser o teu mestre só por um instante
Iluminar o teu refúgio
Aquecer-te essas mãos
Rasgar-te a máscara sufocante
Pois é, pois é
Há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor
O que vai dizer Segunda-Feira
Jorge Palma.
(Obrigado, Jorge.)
4 comentários:
Esse senhor é de facto Grande:)
Enorme, gigantesco como Gulliver em Lilliput ou Zeze Camarinha no mundo dos gigolos.
Sem brincadeira, um dos melhores poetas nacionais contemporâneos e um bom interprete.
E lá melhor que isto? Claro que não! O pessoal goza comigo "ah tu gostas de Jorge Palma..." E eu respondo sempre que eles é que tinham que estar envorgonhados por não ouvirem. Brilhante, o senhor Jorge.
O Necromantic também eh de 1989 :)
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