O rio rosa

Seis e meia da manhã. Depois de uma noite quente a escrever um guião ao som de Radiohead, Keith Jarret e The Avalanches, decido tomar um café, daqueles de máquina com direito a copinho de plástico. Em cima de uma das trotinetes que temos cá no sítio, atravesso o escritório em direcção à cafetaria e descubro, pela varanda, que o dia está a nascer. O sol ergue-se sobre a cidade e o céu acorda, ainda confuso nas suas cores: à minha esquerda, sobre a ponte e a Expo, nuvens esparsas parecem querer fugir da luz amarela em direcção ao azul pintado de fresco; há um laranja que se esbate na palete de cores e que se confunde com a neblina púrpura.
E o Tejo é cor-de-rosa.
Á minha frente rodopia uma, outra e outra vez uma andorinha grande, enorme, do tamanho de um pombo (pelo menos parece do tamanho de um pombo).
O calor adormeceu, cansado da noite longa, mas o chão da varanda ainda está morno.
Lisboa é linda, e o novo dia também.

O café está a arrefecer.

5 comentários:

Anónimo disse...

Então e para dormir não se arranja um tempinho? ;)

Anónimo disse...

Belas palavras para descrever a bela paisagem

Anónimo disse...

Pelo que escreves ja desconfiava, mas agora tenho a certeza que ha muita droga nessa cabeça.

Anónimo disse...

quando a noite se desmaia no dia,
as palavras, matizam-se no papel enquanto desaguamos líquidos para a cidade

é tão bom ilusionar pontes confortáveis.
jorge serafim

Anónimo disse...

quando a noite se desmaia no dia,
as palavras, matizam-se no papel enquanto desaguamos líquidos para a cidade

é tão bom ilusionar pontes confortáveis.
jorge serafim