imaginário

A história é sempre a mesma. Gente que se encontra, que descobre empatias, afinidades, sintonias. Pessoas que se sentem espalhadas, dispersas num mundo de possibilidades. E nascem os projectos.
Somos muito bons, em Portugal, para fazer projectos.
Todos têm, pelo menos, um projecto na manga. Ou estão a preparar um.
Somos uma nação de transferidores, compassos e papel vegetal. Somos um colectivo de anotações em toalhetes de mesa e blocos de rascunhos e intenções. E gostamos disso. De cada vez que um de nós cria um projecto, sente-se como se já estivesse tudo construido. Uma intenção, para nós, é algo palpável.
Se as intenções fossem chips electrónicos, cada mesa de café deste país era uma pequena Taiwan.

Mas então porque é que não fazemos?
Porque é que de tantos projectistas surgem tão poucos empreendedores?
Porque é que tanto talento, tanta intenção e tantas sinopses acabam inanimadas no fundo do imaginário e nas gavetas da semana passada?
Porque é que tão poucos possuem a insensatez e obsessão de seguir em frente com a sua quimera?
Porque é que tão poucos é que compreendem que, por mais louco que possa soar, a meta até é atingível?
Vamos saltar este muro? Vamos contornar esta parede? Vamos não desistir?
Melhor: vamos fazer com que seja possível?

Tenho esta ideia na minha cabeça. É só uma ideia, mas pode ser uma doença. Uma doença que contagie e se espalhe. Que cresça. Que se torne real.
O tempo é sempre curto. O dinheiro é sempre escasso.
Queres fazer?
Salta em frente.
O que é preciso é esse salto.
Não é tempo, não é dinheiro.

É inércia.

9 comentários:

karmatoon disse...

Ando com vontade de criar um grupo de comédia.
Conheces alguém que possa estar interessado?

Eduardo Ramos disse...

... uma ideia... SIM!

... assusta, mas não tenho medo.

Abomino o falhanço...
... mas enfrento a derrota.

Eu quero saltar.
Eu vou saltar.

É tudo uma questão de testículos e coração.

Anónimo disse...

O problema é se o salto é mal dado e estatelas-te com o nariz no chão...

O problema dos portugueses é ter os pés demasiado assentes na terra e ter deixado de acreditar em sonhos concretizados...
eu falo por mim...

Fica tudo na gaveta do esquecimento. Tomara que o teu vírus se espalhe e contamine todos nós.

Anónimo disse...

Tens razão.

Anónimo disse...

O que impede? O medo. O medo de falhar. Nem sempre se acredita que mesmo nas falhas está a aprendizagem. O medo é uma coisa boa, torna-nos cautelosos. Mas não devemos deixar que o medo domine as nossas vidas. Se isso acontecer acaba por nos faltar a coragem para ir em frente, para arriscar...
Boa sorte para os projectos.
Mário Castro

Maria Arvore disse...

:)))

Movimentar-nos custa quase tanto como pensar. Logo, para contrariar a inércia só de empurrão. ;)

Eduardo Ramos disse...

E digo mais... empurrão... mas com um grande pontapé no rabo!

Anónimo disse...

Oi..projectos todos temos..vontade ainda mais...Mas e quando somos atraiçoados pela vida..daquelas que nos doem..
Exemplo: é como se fossemos uma casa e tivessemos 2 pilares e desaparece 1 pilar, e logo o pilar mais forte, mais lindo, mais corajoso....outro exemplo: desaparece um dos corações que bate ao ritmo do nosso quando está cansado, triste, alegre e empenhado, revoltado e de repente para de bater...

Coragem, audácia, vontade, empenho ...TENHO POIS!!!
Mas e estes contratempos que nos abanam o nosso EU desde a pontinha dos dedos do pé até à pontinha dos cabelos...
Projecto tenho um, acredito nele mas e agora reconstruir o pilar?ensinar o meu coração a bater sem o outro...

Comentaram que haviam projecos que ficam na gaveta, sabem porque ficam?
Porque somos todos demasiado invejosos, egoístas e é muito mais fácil dizer tu não conseques do que dizer acredita tu vais conseguir, luta tu vais vencer..seja qual for o projecto...seja até a nossa VIDA....

S. disse...

Quero fazer.