O primeiro grande do ano
Que Ian McEwan é um grande escritor e que "Expiação" é um excelente livro, não deve ser novidade para ninguém. Agora, que um realizador seja capaz de transportar para película não só as palavras e a narrativa mas também a magia que se esconde por trás das linhas de parágrafos, isso já é outra coisa.
Preparem os Kleenex's: "Expiação" é daqueles filmes que obriga a emoção a dar de si, e sabe tão bem chorar num cinema por outros motivos que não o de ter pago bilhete...
Nem vou falar da interpretação de Keira Knightley, que enche o ar que a rodeia com uma sensualidade enigmática, nem de James McAvoy, que merecia o Óscar antecipado, ou da banda sonora, ou do design de época... Não vale a pena ir a detalhes, porque não sairíamos daqui. É que este é precisamente um filme de detalhes, de pormenor, de rigor, um exercício humano que ultrapassa a narrativa cinematográfica e transborda arte em todos os frames.
Acima de tudo e, ao contrário do que eu pensava, "Expiação" é um filme inesperado.
Vejam. E, se conseguirem se libertar da tensão a meio do filme, reparem também na cena da praia, com um dos mais longos, belos e certamente trabalhosos planos de steady-cam que alguma vez vi.
Cinco estrelas.
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